sábado, 24 de janeiro de 2009

Paranóia numérica

Acho muito interessante como os números norteiam a sociedade e o status que proporcionam.
Na minha adolescência lembro-me de alguns colegas de escola “tirando onda” por que tinham aparelho de vídeo cassete G21 da Panasonic. Ficávamos de boca aberta com o opala 250 s, quando foi lançado o Diplomata 4.1 s nem se fala. Vídeo cassete tinha que ser de 4 cabeças, alguns tinham 2, apesar de embolarem as fitas, é o que diziam.
Outro dia um colega de empresa mostrou-se preocupado, por que haviam lançado uma máquina digital com mais capacidade que a sua, o mais engraçado é que a máquina dele, era recém comprada e super moderna, com resolução de 8 pixels, é bom lembrar, mais que 8 pixels é para um camarada que deseja imprimir anúncios para traseira de ônibus. As pessoas começam com uma verdadeira paranóia numérica, pen drives, por exemplo, são encontrados com capacidade de armazenamento de 1 giga, 2 até 8 gigas, quando terminar este texto provavelmente já vai ter surgido um de 1 tera, recentemente colegas reuniram para comprar pen drives com preços mais acessíveis alguns da lista nem sabiam a utilidade de um pen drive. Se formos falar de aparelhos de TV então, passei a maior parte da minha vida assistindo a programação numa TV de 21” e como foram bons estes anos, quando solteiro comprei um de 14” para meu quarto, ganhei uma de 29” quando casei e cheguei a cogitar fazer um consórcio de uma de 32”, tenho amigos que irão comprar de 42”, puxa vida 42 polegadas, e pensar que assisti ao tetra campeonato num de 21”.
Carros existem para todos os gostos e bolsos, de modelos 1.0, 1.4, 1.6, 1.8, 2.0 etc., Que obviamente tem o consumo compatível com os números de suas cilindradas e com o número de reais que os proprietários se dispõem a gastar com combustível, impostos manutenção o interessante que muitos possuem veículos com potência e valores altos, mas seu holerite no final do mês é de uma potência inversamente proporcional, isto será tema para um texto inteiro e para outra oportunidade.
Na verdade somos quase todos consumidos pelo consumo, pobres consumidores, alguns com a conta recheada, mas todos pobres.

Um comentário:

  1. Gostei do texto! Realmente no final das contas os números não significam muito, acabam virando algo insignificante que tem sentido no momento em que determinado produto é lançado e faz sucesso, depois disto nada vale tanto assim...
    no final vc faz uma crítica ao consumismo? Ao fato das propagandas convencerem as pessoas que são felizes só se tiverem (comprarem) seus produtos? Ao menos o que entendi é isto, e que no final das contas precisamos muito mais ser do que ter...
    um abraço,

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